segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Da alma ao texto...

Série "Reflexões Pessoais", Nº 12


Ninguém compreende você, nunca na totalidade. E, mesmo que compreendessem, isso não vem ao caso. Por vergonha ou medo seus segredos vão continuar seus, guardados lá no fundo da memória e, no máximo, divididos com o travesseiro.

Quem possui dificuldades para falar sobre os sentimentos ou medos e não se sente pronto para fazer uma terapia ou algo semelhante, muitas vezes, acaba sofrendo sozinho, se afundando em um universo escuro e apático.

Mas não deveria, aparentemente, pois o papel pode ser a saída, a válvula de escape. Quando se confidencia seus desejos e suas frustrações ao papel, você entra em contato direto com suas sensações mais importantes naquele momento. Fazendo isso, encontrar uma saída para um problema ou arrumar um jeito talvez.

Da maneira com que as palavras vão fluindo, talvez, pois a escrita permite o contato com a dor.
Devo salientar que a dor talvez seja mais útil que a alegria, na maioria das vezes. A alegria, sendo passageira, nos deixa bêbado e entorpecido, retirando parte da nossa capacidade de julgamento do real cenário. A dor, mesmo sendo amarga (tal qual o remédio, que tem gosto amargo), nos deixará totalmente à par das ameaças que nos circunda.

Dessa forma, tudo que está escrito está imortalizado, não serão apenas devaneios momentâneos, mas registram-se aqueles sentimentos ou aquelas dúvidas para consulta posterior.


"No papel, as emoções são percebidas mais claramente, até a letra varia de acordo com o momento"

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