quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Carta: "Não querendo dizer"

Série "Cartas Perdidas", Nº 13



Céu Azul/PR - 03 de Fevereiro de 2006


Acho que talvez não importa. A gente realmente não queria chegar nesse ponto. Eu não queria, ou talvez nem você queria.

A verdade é que a gente pensa, pensa, pensa, e continua tentando entender como continuamos no mesmo lugar, a gente passa dos 35 anos e continuamos sendo adolescentes,  e ficamos no meio do caminho.

Mas de certa forma, não vamos nos entender, não nos amamos se não aprendermos a amar, podemos ser duas metades que se completam, e talvez nem mesmo nunca vamos nos encaixar. 

É nossa proximidade e nossa distancia, ela também machuca. O céu que olhamos é idêntico, isso me dói, saber que você ve o mesmo que eu vejo a noite, sendo que eu não vejo você, mas isso me deixa pasmo, os dias acabaram como folhas caídas de árvores, você aí, eu sem poder sentir nem sequer sua respiração.

Eu tenho medo, medo de que isso acabe me machucando, sendo que eu estou simplesmente  não sabendo o que dizer, mas na verdade eu tenho medo do “Eu te amo”, não pelo significado, pois seria tanto esse teu amor que mais desejaria, mas sim porque ele poderia talvez ser um efêmero dizer, talvez não queira dizer o que exatamente ele diz.

É mais profundo, não quero falar disso, mas de certa forma seja realmente o que eu queira dizer, mas não vou. As vezes temos raiva da gente mesmo, assim mesmo, mas não querendo dizer isso, eu te amo, mas não me importo se no fim isso não significar o que você quer que signifique, mesmo que não mude, é isso o que não deixo de sentir.
Não querendo dizer, mas eu te amo.

"talvez a gente tenha se perdido em algum lugar cada um foi pra um canto"


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