sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Lago de Lágrimas

Série "Poesias e Devaneios", Nº 38



Eu vou construir um lago de lágrimas. O lugar eu não sei onde, talvez num deserto, em um bosque, talvez em um lugar que ainda nem sei o nome. Talvez em um lugar que não seja físico.

O buraco será bem fundo, pois deverá guardar todo o conteúdo. As lágrimas eu irei depositar lá, ficará grande e melancólico.

Nem precisarei desviar um rio, pois só usarei as lágrimas, que serão captadas de todas os lugares.

Serão as lágrimas verdadeiras, amores desfeitos, amizades destruídas, paixões dispensadas. Serão lágrimas amargas, as vidas marcadas e as preces perdidas.

São as lágrimas da esperança, lágrimas da emoção, lágrimas da vontade.

Ficará grande, enorme.

E, no meio dele, vou construir uma casa. Uma pequena casinha, onde você poderá ir de vez em quando. Você está lá no meio do lago de lágrimas, cercado da tristeza, da saudade, das lamúrias. Cercado do passado e do futuro. Cercado de você, de mim, de tudo.

De amores não vividos, e planos não realizados.

Você ficará lá quando quiser visitar meu lago. Lá você verá o tamanho que ele é, é gigante.

Eu vou construir um lago de lágrimas.



"Se a felicidade for derradeira, a vida vai seguir seu curso."





terça-feira, 18 de outubro de 2016

Carta "Interminável Incompletude"

Série "Cartas Perdidas", Nº 22


Rio de Janeiro/RJ -  22 de setembro de 2002

Oi. Hoje precisei te escrever.

Não me lembro de quando foi meu último sorriso.. Mas essa será, possivelmente, minha última lágrima..

Respiro... Profundamente... Pausadamente.. A noite silenciosa me faz outra vez entrar nessa monótona reflexão. Bem, aqui estou eu, empilhando sentimentos, momentos.. Esse silêncio me tira totalmente do trilho, e sussurros sombrios me invadem a mente... Por que deveria eu me importar com tudo isso agora..?! Qual o sentido dessas linhas escritas a essa altura..?! Talvez eu só esteja meio perdida.. Tem sido assim na maioria das vezes nos últimos anos..

Na verdade, nem sei.. Acho que, em algum ponto, adormeci por tanto tempo, que não percebi os dias se escorrerem por entre meus dedos. Tão depressa que nem tive a chance de me despedir.. Quando pude ver, eu vi.. Quando pude amar, eu amei.. Quando pude destilar minha dor, assim o fiz.

Mas hoje meu interior transforma-se em pranto ecoando em vão e, mesmo que em meus lábios escapem palavras doces de que tudo está tão bem quanto antes, agora nada me traz o sossego de outrora..

Eu já não me importo muito com o rumo que as coisas irão tomar daqui pra frente. Sinto, de certa maneira, saudades de coisas que se foram há tempos, mas isso não é mais suficiente para que eu queira revivê-las. Ainda há coisas e pessoas das quais gosto e gosto muito, acredite! Mas isso não me prende a nenhuma delas.

Por favor, saiba que sou e serei sempre grata a você! Mas insistir nisso seria loucura. Talvez eu devesse ter ouvido seus conselhos, todos eles (porque você me amou quando eu não fui capaz).. Mas o conhecido livre arbítrio me impulsiona sempre para ‘minhas’ escolhas erradas. Se ao menos você soubesse o quanto me arrependo..

Só é trágico esse arrependimento não fazer a mínima diferença. Sabe, poderia ser diferente..

Ou talvez era pra terminar assim.

[...]

''Eu não decidi ficar.. Eu não resolvi partir..''


sábado, 15 de outubro de 2016

Carta: "Pra não dizer outra coisa"

Série "Cartas Perdidas", Nº 21


Hospital São Vicente de Paulo, Rio de Janeiro
12 de Setembro de 2004



Não sei quem você consegue ser na minha mente, porque a existência é condicionada ao que a pessoa nos representa, isso não muda a fato que tudo tenta ser no que a gente entende.

Você simplesmente entrou e pulou na minha vida, é coisa impossível e infactível.

Você infelizmente entrou sim em minha mente, e fatalmente em meu coração, e em uma intensidade que não deveria ter sido.

Odeio ter que chegar ao ponto de escrever. Materializando uma ideia que já nasceu estranha, mas o provérbio é bem claro: Verba volant, scripta manent.

Ao materializar isso, deixo claro muita coisa.

Suas opções? Não é questão de opção nem de opinar, mas eu já entendi essa questão de “opinar” por assim dizer.

E eu também não sei se foi realmente a primeira carta. Talvez já devo ter escrito outras, para em seguida amassar e jogar fora.

Talvez eu tenha descartado porque tinha vícios de linguagem, vícios de concordância e vícios de uma coisa que eu nunca poderia tentar transmitir de forma correta. Isso está tudo errado.

Pode me achar distante e iludido, mas não estou tão longe, estou quase cara a cara. E não sou fraco assim, apesar de você me tornar mais ameno.

Sendo claro, eu te quero, e muito. Pra não dizer outra coisa.


"Tão perto, não importa quão longe, Não poderia ser muito mais vindo do coração"



terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Caminho de um Guerreiro

Série "Poesias e Devaneios", Nº 37


Minha alma, cerração
Coração, uma bomba
O medo dominou meu corpo
Em mil dúvidas, sem razão

Longas noites claras
Dias escuros, não tem volta
Obstinação, sem saber o que ver
A descobrir, não podia adiar

Suor e sangue, a liberdade
Finda na paz, com sacrifício e coragem
Auto-engajamento para respostas alcançar
Sem revolta não chegaria a nenhum lugar

Estado de caos, depois o de equilíbrio
Difícil enxergar se a alma vira o inimigo
Essência absurda. Existência contingencial
No fim, força e honra sempre serão vitais

Manchado de sangue enfim tudo claro
Entendi o caminho. Me transformei
Trilhei o meu caminho
E libertei meu disparo

"Uma alma sem respeito é uma morada em ruínas. Deve ser demolida para construir uma nova."

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Carta "Já faz um tempo.."

Série "Cartas Perdidas", Nº 20


Paraopeba/MG - 13 de janeiro de 2004

Sabe... Já faz um tempo que estou de volta em casa... E... Por tempo demais tenho relutado em lhe escrever... Mas agora, enquanto a silenciosa chuva insiste em cair lá fora nessa fria noite de maio, sinto-me na necessidade de transcrever tudo aquilo que tanto me ocupa a mente, martelando-a incessantemente.

Falando a língua de uma simplória adolescente, já faz um tempo que as coisas mudaram e acho que só eu não havia percebido. Já faz mesmo um tempo desde que o acaso tratou de nos apresentar, como meros amigos, e acabou por nos unir tão intimamente... E, neste momento, me pego nesse silêncio que tanto me incomoda, a ponto de eu mal funcionar, pensando em tudo...

As gotas que escorrem pela vidraça me trazem à lembrança teu riso tão sincronizado com o meu... Lembra-se das madrugadas gargalhando das piadas bobas..? Éramos apenas dois loucos (e olhando de perto, quem é normal?). Lembra-se das muitas mensagens de carinho trocadas nas noites de insônia? Lembra-se da última vez que esteve por perto? Foi esta a primeira vez que voltei a amar... E é estranho como o tempo passa tão rápido.

Eu acho que você deve estar ciente de que guardo todos os teus sorrisos em meu pensamento... E sabe, a cada vez que o telefone toca, sinto sua falta. Apesar de soar clichê, sinto MESMO sua falta.. Mas, ainda assim, ainda com toda essa vontade de te ter por perto, tenho medo... Tenho medo de que tudo se repita e que eu não seja capaz de suportar a dor uma vez mais. Tenho medo de que não conseguirei reencontrar-me frente à novas perdas... Tenho muito medo de que tudo seja tão passageiro tal qual é a vida.. Porque, é inevitável, eu sei, mas não quero me permitir sofrer. Só que, mais importante, não quero também que você se machuque. Não de novo. Não dessa vez..

Sabe o que mais? Pode parecer exagero - ou aquelas frases de boba apaixonada - mas eu sacrificaria minha felicidade para ver a sua.. Porque isso é importante pra mim. É sério! Simplesmente penso que tenho demasiada empatia por tudo isso a ponto de me esquecer de mim, não dá pra diminuir a intensidade de algo tão forte como o que sinto. E isso me apavora...

Não sei bem o que dizer, enfim... Talvez seja tudo isso apenas um sonho. Talvez nada disso faça sentido. Mas não há mesmo muita coisa que faça, nesse estado ilusório ao qual somos submetidos. Contudo, reitero: eu ainda estaria aqui mesmo com toda essa loucura...


P.S.: meu som preferido continua sendo o do teu riso.

"Eu ainda estaria aqui mesmo com 
toda essa loucura..."

domingo, 10 de julho de 2016

Esquinas e amores

Série "Poesias e Devaneios", Nº 36


Porque em cada esquina, em cada lacuna
Ruas vazias, a rua escura
Vento gelado, saudade batendo
Amor solitário, amor de loucura

Dia batendo, noite sem fim
fera rugindo, rubor pulsando
Sei de você não sei mais de mim
Sei de nós dois, paixão exalando

Minha presença, se faz tão presente
e sua ausência, em mim tão crescente
Em rondas sem fim, serei nobre infante
Em seu coração, seu mais doido amante

 
Pois que no fim tudo muda
Não haverá mais temor
Pois de ti mesmo só quero
O seu mais forte amor

Não temo minha morte
Nem da vida o rechaço
Pois vou te prender
Pra sempre no meu abraço 

 "Te prenderia pra sempre em meu abraço."


 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Doce e singular existência

Série "Curtas", Nº 31


Incógnitos são os paradoxos dessa existência. Se há algo sincronicamente complexo e simples, esta é a vida e seus fatos. Tão persistentes, mas ainda assim tão submissos ao imaginário.

Inúmeras são as fantasias, catalisadas como fato abstrato ligado ao fluxo ininterrupto do transcorrer existencial, estimulante das paixões - abstratas - camufladas nos corações.

O apego, intrínseco à natureza humana, progride à medida que se traz à tona a rendição de uma alma. Acrescentam-se ou retiram-se os fatos (em meio ao conflito de cada ser), nessa contradição irremediável em que se deve mergulhar buscando sua harmonia.

"O universo é uma harmonia de contrários." (Pitágoras)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Carta de Despedida

Série "Cartas Perdidas", Nº 19


Sete Lagoas/MG - 15 de Janeiro de 2004


Você sorriu pra mim. A música suave tocava no player. Claro que eu sabia que era ali que nossos caminhos se separariam. Você abraçou-me, olhando-me, então, nos olhos, como de costume. Segurei minhas palavras por um instante, mil pensamentos ruins em um mix ainda maior de lembranças boas.

O silêncio, outrora quebrado por risos e beijos intercalados a sussurros, agora reinava em tal magnitude que tornava a música insignificante a ponto de não ser ouvida por mim, confessa apaixonada por tal arte.

Você começou a falar. E a cada palavra pronunciada por seus lábios, eu tão somente me perguntava o porquê disso agora. Por que não depois? Ou por que não antes? Não entendia mesmo... Onde havia eu errado? Sim, porque o problema só poderia ser comigo. Não importava a mim quantas vezes você repetia não ser. Eu não aceitaria sua justificativa de que fosse você.

Por meses, me perguntei o que eu mudaria com uma segunda chance. Como eu aprenderia com meu erro (que nem mesmo existia). Mesmo dona de uma racionalidade, julgada por mim como inabalável, por meses me fechei num mundo recluso, sem saber como seguir em sua ausência. Procurava uma forma para entender as circunstâncias, o porquê de estar destruindo-me dia sim, dia não após sua partida.

[...]


Tolice seria negar que um dia te amei. Intensa e puramente. Verdadeira e escandalosamente. Mas o tempo passou, sabe. As noites em claro me fortaleceram, ensinaram-me a enxergar a necessidade de um fim para se ter, pois, um recomeço. E eu precisava me libertar de você, gravando isso em palavras. Consigo agora, sem lágrimas, agradecer-te por tudo que aprendi.

E sabe também, consigo ver, agora, que realmente o problema não era comigo. Mas também não era com você. Não era problema. Simplesmente não era pra ser.

"Não era problema. Simplesmente não era pra ser..."

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Carta "Nada de negar paixões"

Série "Cartas Perdidas", Nº 18


São Paulo/SP - 7 de agosto de 1998


Oi, queria te dizer que, na verdade eu sinto na obrigação de te escrever. Mesmo estando chovendo.

Eu sinto de certa forma saudades de você. É tão longe mas na verdade a nossa distância não se resume só a distância física.

É, realmente você consegue se lembrar de alguma coisa? O vinho embriagou suas lembranças? Consegue se lembrar de cada palavra? Olha, pensa bem, isso é complicado. O milênio se aproxima tão rápido quanto tudo passa. Eu tenho medo dessa passagem rápida do tempo, meu amor, tenho medo da passagem tudo.

Tenho medo de que tudo fique por assim, mas eu queria saber como eu dizer, pois 500 quilômetro não são suficientes pra isso. Eu nem ligo pra nada, nem mesmo pra essa chuva que vai de forma tão despretensiosa.

Fico aqui voltando a fita toda hora e escutando a mesma música, isso não vai mudar, nem ligo. É impossível eu sei, mentir que nunca te amei, que foi um sonho e acabou.

Mas não, eu lhe amei em todos os momentos que eu acho que somos conectados, e presumo que desde a vista primeira nossa.

Eu te amo e vou lhe batalhar em casa sorriso e sentimento, isso não me duvide. Estou aqui, nessa cidade tão grande, tão cheia de pessoas, mas tão vazia de você.


Te amo. Acho que, sempre amei você. Te beijaria até debaixo dessa chuva toda.

"Te beijaria até debaixo dessa chuva toda"


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Da chuva, o silêncio

Série "Reflexões Pessoais", Nº 23


Gosto de escrever sobre a chuva, sabe?

Gosto da chuva, propriamente dita.

Há na chuva um momento propício à  reflexão, ao alívio do cotidiano. Ja dizia Millôr Fernandes "Olha / Entre um pingo e outro / A chuva não molha". Tanta ideia que surge a partir desse pequeno tesouro escrito.

Um universo inteirinho no intervalo entre um pingo e outro, e ninguém se dá conta. Entre dois pingos, um rio de silêncio; mínimo, imperceptível.

Mas existe!

E é esse silêncio entre os pingos que consola. Deixa fluir...

 "Sempre que chove, tudo faz tanto tempo.."

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Não Gosto

Série "Poesias e Devaneios", Nº 35


Eu não entendo minha própria fé
de te mostrar o mundo todo
eu fico tolo
com o amor e esse teu cheiro de café

Eu não compreendo
teus sonhos de mulher
fico escrevendo e remoendo
um passado que ninguém mais quer

Eu não gosto quando você diz
que vai embora e me deixar aqui
Eu não gosto de quando você faz
essa carinha de mimada me pedindo cafuné

Às vezes penso que posso te deixar
às vezes penso que o mundo todo 
vai se acabar no ar
Menina eu amo até seu jeito de andar
me explica como é que eu faço pra esquecer
do teu olhar?

Eu não gosto quando você diz
que vai embora e me deixar aqui
Eu não gosto de quando você faz
essa carinha de mimada me pedindo cafuné

Alice Gonçalves

"Não vá..."

sábado, 21 de maio de 2016

Minha marca indelével ficará

Série "Curtas", Nº 30



Esse é o rumo natural das coisas. Vejo tudo de forma diferente, e todos os dias minha fé está voltada para isso.

As vezes as sombras tomam conta do meu coração, e sinto que talvez todo meu esforço possa ser em vão. Mas afinal, quem não tem esse medo, né?

Se a felicidade for derradeira, o rio vai seguir seu curso, não lutarei contra a correnteza.
Eu acredito, e fico feliz em ao menos ter deixado um legado. Se lhe fiz bem.


Minha marca indelével ficará, se acaso fatalmente minha estada em sua vida for abreviada.


"Eu lhe peço, eu imploro, quando a minha hora chegar, meu descanso, minha paz..."

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Esteja acima do bem e do mal

 Série "Reflexões Pessoais", Nº 22


A importância de superar a visão benigna e maligna dos fatos, é de um fator de suma importância psicológica e comportamental, pois retrata de deixar seus respectivos conflitos de lado, para abrir o caminho para o autoconhecimento e desenvolvimento.

Superar o mal, é ignorá-lo e perdoá-lo com a consciência de esperar que ele, por si só, amadureça e desenvolva o bem que há nele.

Superar o bem, é saber que há lições para se tirar, tendo a sabedoria que um dia isso também irá passar.

Mas, o que as pessoas fazem? Entram exatamente nesses conflitos momentâneos, mostrando-se inteiramente e emocionalmente ligados às questões do bem e do mal. Não superam e não internalizam que há lições para se tirar de ambos os lados.

A revolta é o primeiro Sinal.

Tudo o que há de conflito, decorre da intolerância de um dos lados. Daí, a revolta se manifesta como um conflito interno que está sendo dissolvido pelo ego.

Cada qual tem as suas escolhas, mesmo que tais escolhas nos atinjam diretamente (conflitos pessoais). Porém, revoltar-se com essas escolhas, é também uma escolha sua e assim, é um conflito interno, por não transcender o bem e o mal.

Superar o bem e o mal, é tirar proveitos das questões do dia a dia, no intuito de evoluir e desenvolver o seu espírito, seu pensamento e a sua atitude. Se não fizer isso, a única coisa que perpetuará, é o conflito e o ódio consigo mesmo.



Extraia o bem que há no mal e tome para si. Retire o mal que há no bem e jogue-o fora

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Scientia potentia est. Mens sana in corpore sano.

Série "Reflexões Pessoais", Nº 21


Aqui se faz, aqui se paga.

Um homem sem poder, é um homem considerado fraco. Porque, poder é sinônimo de conhecimento. Todo conhecimento adquirido é, sem dúvidas, uma fonte inesgotável de poder. E o poder se diferencia dos fracassados.

Um homem fracassado só pode ser um homem sem conhecimento algum. Um homem que não buscou absolutamente nada. Leitura do ambiente se faz necessária, de forma extrema. 

Obviamente que não somos clarividentes, porém devemos ter um mínimo de antecipação do que vem pela frente.

Viver sua vida sem optar por conhecer, estudar e se empenhar pela sua melhora, física e psicológica. Ficar desprovido de conhecimento e de preparo, é estar na condição de gado. Você será vítima de si mesmo.

Eternamente. E um homem assim, é facilmente manipulável, pois a sua consciência não enxerga a realidade ampla. Enxerga apenas há um palmo de sua mão.

Como sempre é uma questão de escolha. Buscar pelo conhecimento ou não. Se resignar ou não. Sempre foi.

Daqui pra frente é guerra.


''...e quando estou fraco, SOU FORTE...''



domingo, 10 de abril de 2016

Relações químicas

Série "Curtas", Nº 29


O que não é físico eu penso que na prática sempre o é. São as bases eletro-químicas, todas elas, que são responsáveis por tudo isso.

Em cada lágrima ou cada sorriso existirá um gatilho microscópico que ira desencadear a reação mais adequada ou a sensação mais pertinente ao momento.

Serão, no fim das contas, os compostos químicos, e não as circunstâncias, que irão nos alegrar, ou nos derrotar. Apesar de momentos e fatos serem impactantes como uma flecha nos corações.

Por mais amargo que seja o momento, tudo passa.

Tudo passa e tudo VAI MELHORAR, sempre.

E o futuro vai ser tão brilhante, que nós nem vamos precisar de olhos para ver. 

 Existe algo que diz...que a vida continua e se entregar é uma bobagem

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Leis de Malcolm

Série "Curtas", Nº 28


Primeira lei: não vai dar certo

Segunda lei: vai piorar

Terceira lei: tudo é dor ou causa dor

Quarta lei: o mal sempre vence

Quinta lei: viver é sofrer

Sexta e última lei: [a vida] é só isso e acabou.

''Não há certeza, só uma estrada obscura.''

sexta-feira, 25 de março de 2016

Bem sentir, bem levar

Série "Poesias e Devaneios", Nº 34


Eu chamaria por alguém semelhante
Se semelhante eu fosse à alguém
Talvez vivesse no constante
Se o inconstante não fosse tão assim
Tão Perfeito

E tendo em mãos tanta energia, tanta vida
Me pergunto sobre o desejo de novas realidades
Só haverá fogo, se o combustível restar
E esse, à passos largos
É deturpado em litros de ganância e espinhos sem flores

Você me disse um dia
Que nesse lar só haveriam
Nuvens de promessas e chuva
Chuva da mais cristalina realidade

Pois que nos afoguemos então
em míseras risadas sinceras
E de todas as suas diferentes feridas
Que a maior seja aquela que melhor lhe representa

Vivi, eu sei, chorei também
Só que por mais doce que seja o teu caminho
É de igualdade
Igualdade que o mundo precisa

Raoni Loran


"...distante, de tudo..."



quarta-feira, 16 de março de 2016

Utopitização

Série "Reflexões Pessoais", Nº 21


Fechei o olho, pensei bastante e tentei vislumbrar uma palavra que NÃO existe...

UTOPITIZAÇÃO

...pronto, pesquisei no Google, ela não existe mesmo!

Acabo de cometer um neologismo, acabo de inventar uma palavra que não existe, definitivamente.

Mas pra que exatamente inventar uma palavra inexistente? E porque essa palavra?

Primeiramente vamos analisar a palavra-base:


utopia 
u.to.pi.a 
sf (gr ou+topo3+ia1) 1 O que está fora da realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá vir a sê-lo no futuro. 2 Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ideal. 3 Fantasia, quimera.


Tendo isso em mente fica fácil entender o significado disso. Temos a inerência, muitas vezes, de criar quimeras em nossas mentes, criar fantasias impossíveis e irrealizáveis, sonhos distantes e hercúleos, porém alimentamos essas coisas em nossas mentes como uma forma de alívio, um "ópio" mental para tocarmos em frente nossa irremediável vontade de voar, porém sem ter asas.

"Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las..."



sexta-feira, 4 de março de 2016

Não é você, é apenas a imagem que tive de você!

Série "Subversões Textuais", Nº 1 



Texto de Referência: Carta: "Não é a imagem que eu tenho de você, é você!"



É algo que todos estão notando, praticamente toda massa tansa, mas não quer dizer que vai existir de fato, mas sim tem a ver com o quanto eu escancaro isso pra tudo e de todos. Quanto mais o tempo passa, mais aumenta o que posso descrever como uma "congelamento" dentro de mim, e mais diminui a graça em poder te perpetuar.

E a simples expectativa de ter você longe, de só de saber que você está na iminência de nunca nem mesmo trocar um olhar comigo? Me bate uma tranquilidade! É algo infantil, quase primitivo, sensação de que isso estou longe do perigo e do desprazer.

E cada vez que você estava, perto ou não, pode estar cada vez mais fraco dentro de mim, se for uma paixão utópica, ou mais forte, que consiste num desprezo, coisa extremamente comum de acontecer, você e você nunca aparecer nem na minha mente e nem mesmo no mesmo espaço físico que o meu, e fazendo meu coração ter calma, por consequência.

Você me olhou? Com os olhos olhava o que eu não sei bem, olhos de águas turvas e turbulentas, água parada, água ruim. Quem sabe seria sem você, que eu poderia ter todas as tardes, aqueles momentos sozinhos de meditação, que sempre me faltaram, como miragens, como invenção, tranquilas. Se eu não posso ter, eu fico imaginando, eu fico me perguntando, se as simples palavras, pois sei que são meras palavras, causam algum efeito sequer na sua conscientização.

Portanto tudo isso que eu não sinto, tudo é algo que mantém sem sentir, com meu consentimento. 

Desculpa, não pude impedir. Desculpa mesmo, eu não tenho coração, eu vendi ele bem barato.


"Me despeço quantas vezes for necessário, se assim desejar..."

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Carta: "Guardiã do Coração de Gelo"

Série "Cartas Perdidas", Nº 17


Nazário/GO - 26 de Agosto de 1996


Quando eu passei por lá eu sabia que seria inevitável. Inevitável mesmo porque seria bobagem. Mas deixei me levar.

"Tu que viestes de longe, enfrentastes muitas batalhas, que derramaste teu sangue por essas terras, numa terra imaginária ou real. Tu que roubaste meu olhar de uma vez por todas."

Foi você.

Dos cabelos tão negros quanto o céu sem lua, e da pele tão branca quanto leite, você que exala a fragrância de um amor inabalável, eu sabia desde o início.

Nem vou dizer o que tanto já foi dito, mas devo fazer uma última colocação pertinente.

Você ostenta um título, a "Guardiã do Tesouro", sim isso é inevitável e você levará pra sempre esse título, e ele irá junto com você para seu túmulo em um dia longínquo. 

Ora, faz muito sentido, porque eu fico tentando imaginar qual é o Tesouro.

Ele nada mais é que o Coração de Gelo. Criogênico, nefasto, maligno, destruidor de almas. Algo deveras pior do que tem dentro da Caixa de Pandora, porém é considerado assim um "tesouro."

Agora eu entendo, o tesouro que você têm guardado durante tanto tempo, apesar de ser o Coração de Gelo, pra mim sempre foi um tesouro, pois sempre o quis, independente de como... seu coração.

"O fio da sua espada me fere a carne. Seu olhar me fere a alma."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Lugar Esquecido

Série "Poesias e Devaneios", Nº 33



Às vezes na alvorada, soturna como o incógnito
Noite infindável, como uma estrada
Para além, para um lugar esquecido

Anos e vontades se esvaíram
Escondidos nas lágrimas eles ainda estão sozinhos
Resvalando num mar infinito de amargura
Aquelas almas imploram pelo fim

Apenas aguardando, sentados, num banco velho
Feito de madeira e metal, numa estação
Aguardam a chegada do trem na hora marcada

Algum lugar onde não teria tempo pra perder
Algum mundo onde mentiras valem mais que a verdade
Um coração vazio, abraços perdidos, beijos rasgados
Algum lugar que a esperança é sombria

Infortúnios e azares...
Sobreleva vidas e as assombra como um fantasma
Ela alimenta a ganância que bebe diretamente da fonte
E enriquece o mais forte

Olhos famintos prenderam as almas entorpecidas
Flutuando pelos céus eles cruzam o arco-íris

Para algum lugar esquecido...

"Você não vê as cicatrizes, você se torna divino."


sábado, 6 de fevereiro de 2016

Umbral

Série "Curtas", Nº 27



No meio do nada, pensando sobre tudo. Tantos arrependimentos, tantas dúvidas. Tantos desamores, onde sibilam ventos, corta-me o cenho.

Onde não há sorte, onde dominam rancores, se eu tivesse enfim, feito o que deveria ter sido feito, onde eu deveria ter ido.

Não vejo minha sombra, eu sou a sombra, eu sou o tudo e o nada, eu sou o chão, e nele estou. Minhas mãos gélidas, tento fechar os braços em mim, para que o pouco calor que me resta não me abandone. Em vão.

Não sinto sede, mas mesmo assim estou sedento, eu sei. Onde estou? O que eu realmente sou agora? Tornei-me o que exatamente? Eu não lembro.

A falta de lembrança me intriga, mas não é tanto assim. Como se tivesse na ponta da língua.

Esperando aqui uma redenção que nunca viria. Meu passado não me pertence."Tudo fica guardado em si, deste momento para frente vais colher os frutos de sua fé ou de seu desamor."



                      "Tudo fica guardado em si, deste momento para frente vais colher os frutos de sua fé ou de seu desamor."


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Acerca do Ódio

Série "Reflexões Pessoais", Nº 21



Hipocrisia, todos cânticos são ecos destoantes de palavras vis.  Ideologias imbecis. Alias, não são bem as ideologias, são coisas que falamos e que ouvimos, e nos enojamos de tanto ouvir e ouvir e simplesmente cansamos de tanta nojeira epistemológica. Me canso de ouvir palavras de ordem e palavras improvisadas.

Não falaremos agora de negativismo, mas eu falarei de coisas e sentimentos que me enervam à flor da pele. Eu, você e o resto, puro ódio disfarçado de um amor falso de filme romântico barato clichê.

Odiamos o ódio ou nós odiamos o fato de que odiar é “errado” no politicamente correto vigente atualmente? Eu não odeio o ódio, ele é mais útil que o desespero. Só basta saber cultivá-lo de forma correta, vamos conseguir canaliza-lo de forma eficiente, assim como se canaliza a energia atômica pra produzir energia elétrica ao invés de bombas mortais.

A vida é curta, muito curta, e a espera é longa. As estrelas, lá no alto desaparecem com o amanhecer, e sempre somem, porque eu estou lá praticamente todos os dias, vejo o céu negro se tornar azul escuro aos poucos, e ir esclarecendo, eu percebo que o mundo não para pra nos esperar.


Tão latente como o ódio é o amor, mas esse, prefiro não comentar.

Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra.



sábado, 30 de janeiro de 2016

Querer Coisa Boba

Série "Poesias e Devaneios", Nº 32


Queria ser isso, isso que é ser o que eu queria, um amor único perfeito de filme, novela livro, essas ideias bobas.

Queria ser o que eu queria, uma ideia que não se concretiza, uma ideia boba, mas que bobeira.

Queria muito ter amor de quem não tem amor, amor pra poder me dar, pra poder me ser.
Queria ser e ser, cada raio de sol, mas ele nem nasceu, então ele fica preso na colina, e eu fico preso em mim.

Queria muito ser coisas que eu não sou, amor de quem eu queria ser e não sou, eu não sou o amor mas sou o ódio, ou tento ser.

Queria ser você pra poder me odiar, pois nem isso, mas isso que é, eu amo, você não ama, e a circunstância odeia.


Queria poder jogar fora tudo isso, lápis, papel, sentimento.

"Não adiantou eu querer"

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A tempestade vai passar

Série "Reflexões Pessoais", Nº 20


Os mares estão agitados, e apreensivo em vigília, se posta o navegante, que com grande angústia observa tua frágil caravela balançar perigosamente de um lado para o outro. 

A metáfora é condizente com nossas tempestades, nossas tormentas, que mesmo sem água, ondes, chuva e vento, é igualmente aterrorizante.

E  que as tormentas passem, elas passam, sobreviva a elas feliz por estar aprendendo a enfrentá-las.

Devemos saber que com choro e lamentos de desespero não farás a tempestade acalmar ou desaparecer. 

Avante, mesmo porque mares calmos não fazem bons marinheiros.

Eu irei, vencerei, voltarei.


"Reduziu a tempestade a uma brisa, e serenou as ondas."
Salmos 107:29

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ardor

Série "Curtas", Nº 26


Como sol do meio dia, esquentava me e queimava o peito, um ardor de paixão misturado a ódio, e com a leveza de uma pluma, me tocou e descobria meu exterior, olhos chamativos para o pecado me consumia...

E.H., algum lugar no Sul

"Dá uma vontade...de gritar seu nome"


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Carta: "Cansaço"

Série "Cartas Perdidas", Nº 16


São Borja/RS - 04 de Abril de 1998


Não lembro o que  escrevi anteriormente, peguei o papel, depois que li e reli,  rasguei-o.  Estava, uma droga, um lixo. Texto imbecil.

Pra falar a verdade eu escrevi com algum propósito escuso. Estamos de certa forma correndo e ficando no mesmo lugar, mas estamos equivocados, na verdade só eu estou, extremamente equivocado sobre muita coisa.

Eu continuei escrevendo e continuei falando muitas coisas que eu não devia, mas não me importei de fazer papel de bobo, alias é o que eu tenho feito com muita frequência, desde que resolvi começar a te enviar textos bobos, independente das distâncias, elas podem ser grandes, mas se tornam pequenas diante dos meus pensamentos.

Não adianta eu falar nada, pois você ser tornou profissional na arte de desviar assuntos importantes e redirecionar pra assuntos imbecis e bobos, a gente fala sobre filmes, sobre músicas, sobre livros, sobre astronomia e as órbitas dos planetas distantes, mas infelizmente você tende a querer distanciar a órbita de eu e você, somos dois corpos celestes que por órbita perfeita nunca se encontram.

E ainda ontem falei sobre fatos e casos com outras pessoas, você acaba vindo em mente a torna o escopo dos meus assuntos, sempre, e isso é direto, isso está me cansando. Estou ficando cansado a medida do que eu falo sobre algo que é imbecil e tanso eu ficar comentando toda hora.

Você não é real, não é real em mim

“...não haveriam planos, nem vontades, nem ciúmes, nem coração magoado...não haveria desejo, nem o medo da solidão...não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você"